Prefeitura de Jequié dá início ao I Seminário de Saberes Culturais dos Terreiros

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Prefeitura de Jequié dá início ao I Seminário de Saberes Culturais dos Terreiros

Em andamento às apresentações dos proponentes contemplados pela  Lei n. 14.017/2020 – Lei Aldir Blanc, de caráter emergencial aos trabalhadores da cultura, financeiramente impactados pela pandemia da Covid-19, a Prefeitura de Jequié, através da Secretaria de Cultura e Turismo e Secretaria de Educação, realizou nesta terça-feira, 28, no Centro de Cultura Antônio Carlos Magalhães, a abertura do I Seminário de Saberes Culturais dos Terreiros, que tem a finalidade de valorizar os saberes e a história da cultura afro-brasileira africana e indígena, através dos conhecimentos históricos repassados à contemporaneidade através das religiões de matrizes africanas. Participaram da abertura, o secretário de Cultura e Turismo, Domingos Ailton; a diretora de Departamento de Projetos e Comunicação, Miriam de Oliveira Rotondano, representando a secretária de Educação, Elvia Sampaio; a diretora municipal de Patrimônio Artístico e Cultural, Sandra Brito; o filósofo, pedagogo, psicopedagogo, antropólogo, mestre e doutor em Ciências da Educação, Wagner Rocha Galvão; membros dos terreiros de religiões de matriz africana e a comunidade local.

O evento, que vai até quinta-feira, 30, vai proporcionar ao público a junção entre o saber popular, de tradição oral, e o saber acadêmico, com pesquisas realizadas por professores e alunos, contribuindo para o trabalho do ensino da história da cultura afro nas escolas municipais de Jequié. O Seminário foi iniciado com a fala das autoridades presentes, homenagem a Mãe Landa de Oxalufã, detentora de um farto conhecimento a respeito das religiões e da cultura afro-brasileira, falecida no mês de julho; além da interpretação de cânticos populares afro-brasileiros.

Em seguida foram realizadas as palestras com as temáticas ‘A cultura em uma visão antropológica’, ministrada pelo filósofo, pedagogo, psicopedagogo, antropólogo, mestre e doutor em Ciências da Educação, Wagner Rocha Galvão; ‘Etnicidade e quilombo: dialogando através dos tempos’, ministrada pela mestranda em Relações Étnica e Contemporânea da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB), Ariadini de Almeida Dócio; e ‘Os caboclos na religiosidade e cultura afro-brasileira’, apresentada pelo bacharel em Direito, discente do curso de Pedagogia da UESB e membro do  Terreiro Ilé Axé  Odé  Niyleuá, Mateus Gomes de Oliveira. Para concluir o primeiro dia do seminário, foi realizada uma videoconferência ‘Entre folhas: Confluências entre culturas indígenas e africanas’, tendo a contribuição da mestra em Promoção da Saúde e Prevenção da Violência e doutoranda em Antropologia Social pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Adriana Fernandes Carajá; e uma apresentação de Roda de Caboclo, com os integrantes de diversos terreiros.

Compreendendo a importância de transmitir os saberes, como determina a Lei Federal 10.639, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional e inclui no currículo oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-Brasileira”, o Seminário serve para capacitar professores e coordenadores escolares para o trabalho que será desenvolvido em sala de aula.

“A Legislação Federal, Lei 10.339, posteriormente acrescentou essa legislação referente a questão indígena, determina a obrigatoriedade da apresentação do conhecimento histórico e cultural afro-brasileiro africano e indígena, porque essas camadas da sociedade, deixaram uma herança cultural enorme para o nosso país e isso faz parte da nossa identidade cultural, do município de Jequié, da Bahia e do Brasil. Para que a gente possa ter um conhecimento desses saberes, desse legado da nossa memória cultural, é necessário que a gente possa conhecer as danças, as músicas, as narrativas orais, todo esse legado cultural existente. Para isso, é fundamental que a gente possa ouvir dessas pessoas que são guardiões da memória dos terreiros, todos esses saberes e conhecimentos, trazidos dos seus antepassados.”, disse o secretário de Cultura e Turismo, Domingos Ailton.

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